sábado, 31 de maio de 2008

...Au Revoir!...

18 anos na mesma cidade....
10 anos na mesma casa...
12 anos na mesma escola...
12 anos (ou um tanto mais) com os mesmos amigos..
4 anos com a mesma idéia fixa (como posso chamar?)...
Alguns muitos anos com a mesma vida sempre igual!

Me acostumei a acomodar!
Nunca tive nenhuma mudança brusca na minha vida.. foi tudo sempre dentro de um mesmo padrão.. e quando alguma coisa saía do eixo o mundo se movia para que tudo voltasse ao seu devido lugar.
Tive 4 grandes despedidas na vida (que me marcaram de alguma forma... deixando faltar em mim alguma coisa com a qual eu não sabia lhe dar!)... 3 amigos mudando de cidade e um mudando de país. E parecia que todo o mundo ia se acabar! Exagero da idade.. ou puro pieguismo mesmo! Tirando isso.. só a morte de dois cachorros e de um peixe vermelho que se chamava Magal!
Eu aprendi (ou me acostumei) e me apegar a tudo e a todos... nunca tive que deixar nada e nenhum lugar para trás... sempre tive por perto todos que me eram importantes.. e mesmo as 4 despedidas eram apenas saudades fisícas. Acostumei a guardar coisas velhas, a não jogar quase nada fora, a não me desfazer do que já não servia mais, a viver todos os meus sentimentos tão intensamente ao ponto de sufocar (os outros e a mim mesma!).
Mas tinha alguma coisa dentro de mim que começava a incomodar.. um certo formigamento interno que me causava inquietação! Eu não queria mais tudo no mesmo lugar... eu me deparei maior que aquilo que eu vivia até então... maior que a cidade.. maior que as coisas que a ela me prendiam. Queria novos sentimentos, novas aventuras, novo jeito de viver.
E quando a maior mudança chegou... chegaram todas as outras de uma vez!
Mudei de casa, de cidade, de situação financeira, de escola, de amigos (não que os de antes deixassem de ser amigos ou passassem a ser menos amigos.. fui aprendendo que uma pessoa não substitue a outra... mas que em certos momentos é preciso se afastar e viver a sua própria vida!)... mudaram as responsabilidades, o tempero da comida, os lugares frequentados, os sonhos, os objetivos, os amores (talvez?), o modo de encarar as coisas. E foi uma porrada atrás da outra até me adaptar a isso! De repente me vi sem ter o menor controle sobre o que estava acontecendo comigo! Cade a minha vida????
Hoje percebo que todas essas mudanças não vieram de fora para dentro (como supunha antes).. elas foram parte de um processo interno.. de vontades internas que se externaram a partir do momento que passei a buscá-las!
Descobri que se "desapegar" não é abandonar! É apenas abrir espaço para as coisas novas entrarem... sem drama... até o mundo se movimenta... não sou que que vou ficar parada!
Aprendi que há muitos jeitos de se viver certas coisas... e que se determinado fato não aconteceu como era de se esperar, tem um motivo... e com certeza é para que aconteça de uma maneira melhor (mesmo que aparentemente seja um desastre!).
Minhas mudanças me trouxeram dores, náuseas, angústias, medo... mas me deram também alegrias, força, vitalidade, amadurecimento, novos amigos (e alguns outros... de antes.. que por sufocar acabaram se afastando)... as mudanças me mostraram que medo é uma coisa natural e não um bloqueio... que adversidades sempre existem, mas que a gente tem que aprender (na marra) a contorná-las... que as topadas que a gente leva não são atoa, e aprende a aprender alguma coisa com isso....
As minhas mudanças me mostraram que a minha inquietação é que tem que me mover prá frente.. sempre... e que é ela que vai me mostrar o caminho!
Quanto as saudades... elas ainda existem.. sim existem.. e como!.. Mas a gente vai aprendendo a lhe dar com elas... e a transformá-las em lembranças e não em sofrimentos!
O que vem depois é o que interessa... porque se já pasou eu já sei como foi... eu quero agora é ver o que vai ser.
E assim a gente vai levando em frente... vai aprendendo.. e percebendo que os monstros de dentro do armário são só bichinhos de pelúcia fantasiados com um amontoado de roupas e lençóis...
Vai aprendendo a falar tchau... a se entregar ao novo... a querer saber o que espera o passo da frente... a sofrer menos.. a querer mais... a amar de jeitos diferentes... a escrever os capítulos da história com reticências e não ponto final!
Au revoir!...
.Juliana. Sábado, 31 de maio de 2008.

Velha cidade.

Depois de ter morado em 10 cidades diferentes....
  1. Brasília
  2. Carapicuiba
  3. Limeira
  4. Londrina
  5. Osasco
  6. Piracicaba
  7. Ribeirão Preto
  8. São José do Rio Pardo
  9. São Paulo
  10. Votuporanga

...eu me acostumei à mudanças.

Começo a viver um certo tempo em uma cidade e sinto uma vontade imensa de me mudar "novamente".

Uma sensação de "não pertencer". Um sentimento de saudade (do passo seguinte). Uma incerteza, por estar perdendo o que um novo ambiente pode me proporcionar.

Até aí tudo bem, o que me surgiu recentemente é que tenho o mesmo sentimento em relação às pessoas.

Amizades, amores ou o que seja. Sinto que preciso deixá-las. Sempre disse tchau. Sempre segui em frente. Parece que chegou novamente a hora de seguir.

Se é pra ser brega, digo: maldito coração cigano.

Vou me enganado e amanhã penso melhor sobre isso.

Eduardo. Sexta-feira, 30 de maio de 2008.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

...o avesso do avesso...




Sempre tive pressa! Pressa prá dormir, prá acordar, prá comer, prá aprender, e principalmente prá crescer!
Achava que com o crescimento tudo se resolveria... as notas baixas da escola, o ter que acordar cedo na segunda - feira, as espinhas, as cólicas, as frustrações. Sempre quis passar num pulo a fase de meninice.
Eis que um belo dia me deparo adulta, crescida, com todas as responsabilidades e funções da vida de gente grande... e continuo com a mesma pressa, continuo com as notas baixas, continuo tendo que acordar cedo, tendo as espinhas e as cólicas e as mesmas frustrações (essas ás vezes um pouco piores!).
E quando essa conciência de que o tempo passou (e agora José?) e o tão esperado crescimento surgiu me pega em parafusos ás tantas da noite é que eu vejo que "tempo" é uma pegadinha da vida prá deixar a gente mais aflito. E que crescer não resolve problema algum e nem faz você deixar de ser menino! A gente continua sendo a mesma criança de antes, com os mesmos medos e desejos... só que agora eles jogam esconde-esconde... prá gente poder viver de verdade o que antes era apenas brincadeira...

.Juliana. (Sexta - feira, 30 de maio de 2008
)

Meu muito pouco tempo...

Quando perguntavam o que eu "queria ser quando crescer", eu sentia um princípio de medo que viria a se justificar com o passar dos anos. Eu nunca quis crescer. Eu sei que respondia qualquer coisa como: vendedor de aquários ou carteiro. A verdade é que eu desde pequeno sabia da chatice que acompanha a vida adulta. Fazer o que? Agora a merda tá feita, sou um adulto. E diariamente a responsabilidade "bate a minha porta". Descarada e insensível realidade de ser adulto.
Eduardo (quinta-feira, 29 de maio de 2008).