quinta-feira, 30 de abril de 2009

.Alma Minha.


Eu quero jogar capoeira
Usar saia de chita
Tocar o ganzá
Quero brincar de ciranda
Cair no congado
Vou saudar Orunmilá
Eu quero moreno sereno
Quero sangue 'nego' correndo
Com meu sangue 'misturá'
Quero ver jongo bonito
O pé descalço no chão
Quero ver saia de chita 'rodá'
Quero ouvir batucada
Sentir gosto de dendê
A minha alma mora lá.
.Juliana. Quinta - feira, 30.04.2009

Iguaria

Te apresento neste instante

minha língua à calejar

usando o português

nesses versos popular

sou poeta, sou matuto

minha caneta é meu trabuco

na arte de versejar

 

 

Supimpando alegorias

discorrendo em glossário

léxico simplificado

quase é um dicionário

se não ler pode ouvir

a história à de vir

no seguinte corolário

 

Primeirando poesia

seguindo à tradição

invoco experiência

de um mestre da canção

como Tom é conhecido

esse Zé é meu amigo

digo é quase meu irmão

 

Tenho benção, tenho fé

posso já iniciar

representar esse tropeço

nessa arte de imitar

Como Aristóteles dizia

coisa que o homem já sabia

a semelhança é sem par

 

A função é derivativa

do contexto de quem lê

soma-se seu repertório

e sua maneira de viver

desse modo é diferente

para toda essa gente

assim poder escolher

 

Trata-se de um exercício

metrifico no sufoco

minha rima se exaurindo

nesse verso que é tão pouco

Faço aquilo que eu posso

o que é meu já é nosso

brincadeira de um louco

 

Pancada na minha cabeça

artista à se expressar

se é esperto obedeça

a vontade de falar

uma palavra vai puxando

outra vai continuando

ali no seu significar

 

Enriqueci minha prosódia

nessa nova ortografia

lei que rege nossas letra

essa ´enova eu não sabia

agora um favor lhe peço

meus senhores do congresso

vai fazer lei lá pra sua tia

 

Escrivinharei como quiser

dispricupado cum a regris

fazer verso livre e solto

vai pro diabo que o carreguis

eu fiquei foi revoltado

to com o ovo é virado

vai do jeito que se segues

 

Se por acaso não gostaste

Me chamando de imbuste

Eu te chamo é de traste

Que o diabo lhe assuste

Pois tudo isso é iguaria

Feito uma confeitaria

Para que o povo deguste

segunda-feira, 27 de abril de 2009

...e partiu...

"Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava. Completo, partiu."

(Caio Fernando Abreu)


Porque nos meus "de repente".. me bate uma saudade desse espaço...